Novo treinador vem permitir diferenciação e intensificação no treino
Duarte Araújo é o novo treinador de Vela Ligeira, grau II, do Clube Naval da Horta (CNH). A apresentação aos pais dos atletas deste Clube decorreu no fim da tarde desta quinta-feira, no Centro de Formação de Desportos Náuticos do CNH.
O novo reforço, natural de Leça da Palmeira, Porto, vem juntar-se ao treinador do CNH, Pedro Cipriano, que há anos tem a seu cargo esta Secção.
Com dois treinadores na Vela Ligeira é possível haver uma diferenciação (e intensificação, com trabalhos ao domingo) no treino, ou seja, haver treinos direccionados para as Escolinhas, Iniciação; para os atletas da pré-competição, que necessitam de aperfeiçoamento; e para os da competição, que já se encontram num nível superior de exigência e trabalho.
Desde há algum tempo que os treinos de Vela ao domingo deixaram de ser uma constante. Com esta nova contratação, irão ser implementados modelos de treino ao domingo.
O Presidente do CNH, José Decq Mota, salientou, a propósito, que “o que é preciso fazer é diferenciar o treino e avançar qualitativamente”. E frisou: “É com muito agrado que faço esta apresentação, visando um espírito de construção de um trabalho feito por dois treinadores”.
Recorde-se que a Secção de Vela Ligeira do Clube Naval além dos dois treinadores, conta com o apoio dos Directores, Luís Paulo Moniz e João Duarte, e da Directora Técnica, Ana Sousa, uma equipa que trabalha conjuntamente visando a excelência dentro do que é a realidade local.
Uma vez que estamos a meio da época, e atendendo aos bons resultados obtidos até à data, o treinador Pedro Cipriano manter-se-á com os velejadores classificados para competição, dando continuidade ao trabalho desenvolvido até agora, numa perspectiva de evolução, enquanto Duarte Araújo se dedicará aos que necessitam de aperfeiçoamento às equipas júniores. A reestruturação de fundo na Secção da Vela Ligeira virá com a nova época.
Os pais, que se fizeram representar em bom número, aplaudiram a iniciativa do CNH por esta nova aquisição, que vem permitir um trabalho de acompanhamento diferenciado.
Os mais novos são a garantia de um futuro
Tendo sempre como espectro o futuro, José Decq Mota realça que “nunca podemos descurar as Escolinhas e o Aperfeiçoamento, caso contrário podemos chegar a uma altura em que não haja velejadores juvenis para transitarem para os juniores”. “É preciso ter cuidado para não quebrar a cadeia”, alerta este responsável, que começou a andar à vela aos 9 anos de idade. Neste contexto, o Programa “Férias Desportivas” – que ano após ano tem vindo a registar uma adesão crescente e muito significativa – “é um excelente momento para captar novos desportistas, assegurando a solidez da corrente até ao escalão sénior”.
Investimentos
Além do potencial humano, a vertente material é outro dos pilares desta Secção, ao qual os pais se mostraram atentos, questionando o Clube sobre o plano de investimento neste sector. João Duarte, Director da Secção de Vela Ligeira, recorda que “houve um investimento na Classe Laser”, afirmando que “agora terá de haver na Classe 420, cujos barcos apresentam grande desgaste, exigindo elevados custos de manutenção”.
Atendendo à conjuntura e à flutuação dos atletas, este dirigente apela à ponderação nos gastos, enaltecendo a preocupação e o envolvimento dos pais na vida desportiva dos filhos.
Em jeito de retrospectiva, o Presidente da Direcção recordou que, em 2013, o actual elenco directivo ponderou as possibilidades existentes: recuperar os velhinhos barcos ou abandoná-los na sucata. “Mas como não havia meios para aquisição de novas embarcações nem a possibilidade de apresentarmos candidaturas, pelo facto de estas se encontrarem fechadas, a solução foi recuperar o equipamento muito degradado”. Para isso, foi celebrado um protocolo com a Escola Profissional da Horta. “E hoje o CNH tem uma boa frota para treinar”.
Da irregularidade à consistência
O Presidente da Direcção lembrou que “o Clube Naval da Horta sempre teve uma Secção de Vela Ligeira activa”. E explicou: “As irregularidades verificadas durante vários anos prenderam-se precisamente com a irregularidade e natureza precária do enquadramento técnico. Os altos e baixos vividos residiam na falta de estabilização e não aproveitamentos dos meios existentes”.
Essa situação foi ultrapassada com a vinda do treinador Pedro Cipriano, que possibilitou a tão desejada estabilidade. “E assim, a Escola de Vela consolidou-se, ganhando uma nova configuração, o que é extremamente positivo”.
A Secção de Vela Ligeira do CNH conta com vários atletas distribuídos pelas Classes Optimist, Laser e 420. “Com este volume e apenas um treinador, era impossível fazer o enquadramento com o rigor necessário”, sustenta José Decq Mota, desmistificando o que acontece na prática: “Com vários escalões de atletas e diferentes Classes, o que se verifica é que grande parte deles anda à vela, e uma parte pequena treina”.
Horário de treinos após esta reunião:
Optmist:
- Escolinhas – Sábado, das 9h00 às 12h30
- Aperfeiçoamento – Sábado, das 9h00 às 12h30
- Competição – Sábado, das 14h00 às 18h00
Laser e 420:
Júniores – Sábado, das 14h00 às 18h00
Optimist:
Aperfeiçoamento – Domingo, das 14h00 às 18h00
Competição – Domingo, das 14h00 às 18h00
Duarte Araújo garante dar o seu melhor e motivar os atletas
O novo treinador agradeceu a forma como foi recebido pela Direcção e associados do CNH, assegurando que, do ponto de vista profissional, o seu objectivo é “elevar o patamar de competitividade, aliando sempre a isto o grande gosto pela actividade náutica”. Em termos pessoais, deseja dar continuidade ao gosto que tem em transmitir o que sabe.
Duarte Araújo é velejador desde os 11 anos de idade, tendo o seu percurso abrangido, dentro da Vela Ligeira, as Classes Optimist, Laser e Snipe.
Na Vela de Cruzeiro, destaque para as regatas costeiras, as voltas a Portugal, a participação na Regata dos 500 Anos do Descobrimento do Brasil, além das várias provas em mundiais e europeus, em diferentes classes. A menina dos seus olhos, em termos de prémios, é o facto de ser detentor do título de Campeão Europeu de Júniores em Snipe, algo que se torna ainda mais precioso pela sua raridade e dificuldade em alcançar.
Todo este percurso na área da competição fez nascer nele a vontade de transmitir o que aprendeu sendo, por isso, treinador há 6 anos. “Comecei pelos pequeninos e fui evoluindo. E tenho muito gosto em saber que a maior parte dos meus alunos continua a navegar e a andar à vela”, sublinha.
À espera de mostrar resultados, o novo treinador de Vela de nível II do CNH deixa duas certezas: a vontade de fazer o seu trabalho e a garantia de que “não vai haver falta de motivação”.
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